REVISÃO: RESPOSTAS CELULARES AO ESTRESSE E AOS ESTÍMULOS NOCIVOS

 

    A célula normal está confinada a sofrer diferenciação e especialização a uma variação muito limitada de função e estrutura, pela repressão das células vizinhas e pela disponibilidade de substratos metabólicos. Entretanto, ela é capaz de lidar com exigências fisiológicas normais, mantendo um estado de homeostasia.

    Quando submetida a estresses fisiológicos mais severos e alguns estímulos patológicos, podem ser desencadeados um grande número de adaptações celulares fisiológicas e morfológicas na busca de alcançarem um novo estado de estabilidade, ou seja, equilíbrio/homeostasia. As respostas adaptativas podem ser: hipertrofia (aumento no tamanho da célula), hiperplasia (aumento no número de células), atrofia (redução no tamanho da célula) e hiperplasia (mudança do tipo de célula).

    Se os limites da resposta de adaptação a um estímulo são excedidos ou quando a célula é exposta a um agente lesivo, ocorre uma sequência de eventos que é chamada de lesão celular. Essa lesão celular pode ser, até certo ponto, reversível, mas se o estímulo persistir ou for severo desde o inicio, a célula atinge um “ponto em que não há retorno” e sofre lesão celular irreversível e, finalmente, morte celular.

   

    A morte celular é um dos eventos mais cruciais na evolução da doença em qualquer tecido ou órgão. Ela resulta de diversas causas, incluindo isquemia, infecção, toxinas e reações imunológicas; podendo ser resultante em necrose ou apoptose. A necrose é o tipo de morte celular que ocorre após estresses anormais como isquemia e lesão química, sendo sempre patológica. A apoptose ocorre quando a célula morre devido à ativação de um programa de suicídio controlado internamente, sendo projetado para eliminar células indesejáveis durante a embriogênese e em vários processos fisiológicos. 

 

Fonte: N. ROBBINS E COTRAN PATOLOGIA. Bases patológicas das doenças. 7ed, Rio de Janeiro: elsevier, 2005.